terça-feira, março 03, 2009

Katatonia


Based on real words:

“Após bom tempo listando itens e sub-itens de afazeres acadêmicos, num intento compulsivo de organização, seguido por leituras dispersas de arquivos esquecidos no meu hd... deixei-me finalmente vencer pelas horas e fui dormir, ouvindo Katatonia...
Pra que?
Com meu corpo extenuado e olhos mergulhados na escuridão do quarto, resgatei dentro da música, as memórias que ela um dia acompanhou. Nunca tinha notado, mas Katatonia me trás à mente a aconchegante sensação de frio, de uma atmosfera noturna banhada a luz de lua... longe das pessoas. Faz-me lembrar da sensação ao tocar a tua pele, delicada e macia, com a ponta dos dedos... dos beijos na proeminente, da cama de solteiro e as tentativas dos dois cubinhos de gelo se aninharem dentro da tua coberta, que eu sempre reclamava ter as pontas meio encardidas... Mais longe: a época de neve... lindo, tudo.
Ficar deitada nessa cama ouvindo aquela voz me faz sentir longe de casa... faz-me querer voltar para todas essas memórias, para a intimidade do sexo, dos pensamentos e das conversas noturnas. Deixa-me frágil e necessitada de ti... mas ao mesmo tempo orgulhosa. Embora saibamos que muitos casais também façam coisas que fazemos... ninguém faz como nós... ninguém ama ou briga como nós... ou dorme junto como nós; toma banho, como se toda a pele fosse uma só; se olha nos olhos e sabe o que eles querem dizer sem necessidade de palavras; chora pelo outro antes mesmo do outro começar a chorar; sorri sozinho quando se lembra da outra pessoa... ou chora sozinho pelo mesmo motivo; suspira ou tem reações iguais e mesmo assim de maneiras diferentes; deixa-se inspirar por todas as palavras apenas ao vê-la, mas não conseguir pronunciar uma sequer. Ninguém.... ninguém se apaixona pela mãozinha de pegar cigarros, ou pela leve sinuosidade das costas ao deitar de lado, a graça no ridículo de algumas situações, o charme que as sobrancelhas constantemente franzidas dão as feições, os tiques com a boca, ou o caimento dos seios em determinada posição.... talvez até o faça... mas não... não como nós.

Eu tinha certeza que a partir desse momento, não conseguiria dormir se não ligasse pra ti, mas n queria te acordar... Então tive que correr até o escritório, ligar a internet, para poder aliviar esse nó entalado na garganta e saber q não foi em vão... e tentar dormir mais uma vez, ao som de Katatonia.”

Love thou... e é verdade.

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