quarta-feira, setembro 02, 2009

Without you everythig falls apart...


Quarta feira meio termo. Dois dias para o final de semana e uma ansiedade de quem não está mais acostumada a viver longe.

Escrevi uma vez pra mim mesma que ele era uma droga. Que me fazia sentir extasiada, fora das minhas próprias barreiras sensoriais. Sorrir pro nada e o nada sorrir de volta. Quando tinha ele tudo tinha uma cor azul. E reluzia como em uma estrobo - aquela sensação forte de dependência pulsante dentro da cabeça.

Tudo nele era perfeito pra mim. E eu não queria mais nada... ele era eu, e eu estava satisfeita.

Deixava-me inconseqüente, imoral, imparcial à realidade e feliz. Pouco filha e mais amante. Deixei a família em segundo plano, o dinheiro era acessório. Queria ele. Minha droga. Ajoelhava-me, corria atrás. Estava perdendo a razão. Não era amor. Quando descobri, chorei feito uma criança, com as mãos na boca para abafar os soluços e resolvi tirá-o de cima da estante. Coloquei-o no lugar merecido sem sentimento de culpa e mudei. Ele naturalmente reagiu quando já não respondia mais do mesmo jeito. Queria curar. Estava estragando a minha vida e não podia me concentrar em mais nada a não ser ele. Tudo era de uma beleza irretocável ao lado dele. Tinha que fugir.

E assim vieram as discussões.

Senti que tudo acabaria. Filtrei o fanatismo, a obsessão e o sentimento cego por alguém que ele não era mais. Pensei que não restaria mais nada dele dentro de mim, porque eu tinha me esquecido da vida sem Raphael... novamente. Tremia mais que o normal, suava frio. Ele era apenas meu companheiro, mas eu estava viciada, doente. In love.

Foi nosso primeiro aniversário. Um fim que não deu cabo e confissões dentro de um caderno que ele leu calado, sem desviar os olhos. Entreguei-me. Sofri na pele a vida sem ele, o suficiente para saber que o queria. Sempre. Ou eu desabaria... e ele também.

Este final de semana teve festa no Manara, e ele tocou a música. Era ele. Cantou pra mim o que ele era. E eu conssenti.

A droga perfeita.

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