Certo. Estamos de molho em uma época característica, onde todas as coisas tendem a efemeridade. Nosso dia-a-dia é um looping de eventos descartáveis, perecíveis, voláteis; um consuma-em-até-24-horas passível de esquecimento. E, assim como elas, as relações interpessoais - cada vez mais imaturas e frágeis. Eu que sou uma nene de 20 e poucos anos, fico sem reação ao ver marmanjões, da idade dos meus pais, lidando com sentimentos e namoricos de maneira extremamente púbere e inconseqüente. E como eles, os próprios jovens. Não existe mais a discussão fervorosa, o compartilhamento de ideais, gostos literários, estilos musicais ou posição política. São casais/grupos voláteis, de interesses enfadonhos e básicos que nem ao menos têm capacidade de discutir ou criticar o próprio estilo de vida “trabalhar-ostentar-respirar-consumir”. And I’m fed up with this bullshit – da cabeça aos ombros, joelhos e pés.
Eu constantemente reclamo com as paredes de que sinto falta de amigos mais “ativos e interessantes”, mas toda vez que me apaixono e crio esperanças com alguma amizade em potencial, acabo levando nas fuças e jogando todo o esforço e encanto por água a baixo na segunda ou terceira semana. O Rapha diz que sou exigente DEMAIS. Mas tchê, o meu real problema é “idealiza-las” antes de as conhecer melhor; ou já ter um ideal de “pessoa-mais-divina-inteligente-maravilhosa-around-the-world” grudado no encéfalo e não aceitar meios-termos (vide exemplos claros neste blog). Alienei-me dos desconhecidos, tornei-me este santo porre que é ser vulnerável e volúvel ao mesmo tempo e aprendi a descartar relacionamentos meia-boca ou em declínio, que se mantinham por conveniência, e por outro lado, a valorizar os duradouros, pois, mesmo que nem sempre aquele esplendor inicial se sustente com o passar dos anos, de lá eu sei que posso ter um retorno seguro de parceria, respeito e amizade - desde que eu faça questão disso, óbveo.
Não tenho guts para amputar alguma de minhas poucas relações antes que meu organismo esteja acostumado com a situação. Sempre achei trágicas estas histórias de casais/amigos que tiveram relacionamentos fartos e duradouros, transformados gradualmente em um mar de ignorância e desdém. E conseqüentemente, sempre censurei um pouquinho o Rapha (o Lucas não), ao dizer que não se deve cortar um pedaço de vida fora por causa de “detalhes” (eufemismo, não ironia); destruir toda a memória física existente e fazer todo o esforço possível pra apagar aquela vida da cabeça pra tornar a convivência consigo mesmo mais suportável. Porque no final, a porcaria da nossa memória vai nos trair. Porque somos sempre um pouco de todos que passaram por nossas vidas, sem ao menos nos darmos conta. Porque por mais que o ‘amor’ termine, nós já assimilamos costumes, gírias, gostos, manias e histórias que ficam conosco pra sempre, que nos enriquecem como seres humanos e que nos remetem a sua verdadeira “origem”. Feliz ou infelizmente: somos feitos desse amplo espectro de “passado” que converge para o futuro, e nada mais maduro que admiti-lo.
Talvez seja eco da minha própria imaturidade e inexperiência no ramo das inter-relações, mas espero nunca ter que negar ou difamar aquilo que vivi com prazer e vontade, por alguma conveniência minha. Seria negar uma parte do que sou hoje, pelo que fui ontem, e acho que sou mais forte que isso.
Mais uma vez eu desviei horrendamente do assunto.
Paciência...
Eu constantemente reclamo com as paredes de que sinto falta de amigos mais “ativos e interessantes”, mas toda vez que me apaixono e crio esperanças com alguma amizade em potencial, acabo levando nas fuças e jogando todo o esforço e encanto por água a baixo na segunda ou terceira semana. O Rapha diz que sou exigente DEMAIS. Mas tchê, o meu real problema é “idealiza-las” antes de as conhecer melhor; ou já ter um ideal de “pessoa-mais-divina-inteligente-maravilhosa-around-the-world” grudado no encéfalo e não aceitar meios-termos (vide exemplos claros neste blog). Alienei-me dos desconhecidos, tornei-me este santo porre que é ser vulnerável e volúvel ao mesmo tempo e aprendi a descartar relacionamentos meia-boca ou em declínio, que se mantinham por conveniência, e por outro lado, a valorizar os duradouros, pois, mesmo que nem sempre aquele esplendor inicial se sustente com o passar dos anos, de lá eu sei que posso ter um retorno seguro de parceria, respeito e amizade - desde que eu faça questão disso, óbveo.
Não tenho guts para amputar alguma de minhas poucas relações antes que meu organismo esteja acostumado com a situação. Sempre achei trágicas estas histórias de casais/amigos que tiveram relacionamentos fartos e duradouros, transformados gradualmente em um mar de ignorância e desdém. E conseqüentemente, sempre censurei um pouquinho o Rapha (o Lucas não), ao dizer que não se deve cortar um pedaço de vida fora por causa de “detalhes” (eufemismo, não ironia); destruir toda a memória física existente e fazer todo o esforço possível pra apagar aquela vida da cabeça pra tornar a convivência consigo mesmo mais suportável. Porque no final, a porcaria da nossa memória vai nos trair. Porque somos sempre um pouco de todos que passaram por nossas vidas, sem ao menos nos darmos conta. Porque por mais que o ‘amor’ termine, nós já assimilamos costumes, gírias, gostos, manias e histórias que ficam conosco pra sempre, que nos enriquecem como seres humanos e que nos remetem a sua verdadeira “origem”. Feliz ou infelizmente: somos feitos desse amplo espectro de “passado” que converge para o futuro, e nada mais maduro que admiti-lo.
Talvez seja eco da minha própria imaturidade e inexperiência no ramo das inter-relações, mas espero nunca ter que negar ou difamar aquilo que vivi com prazer e vontade, por alguma conveniência minha. Seria negar uma parte do que sou hoje, pelo que fui ontem, e acho que sou mais forte que isso.
Mais uma vez eu desviei horrendamente do assunto.
Paciência...
10 comentários:
gosto quando tu desvias do assunto e te entregas pro fluxo. talvez falte isso no quesito "amizades". ;)
"Fast Food Friends"
Come tanto, tanto, tanto... em tão pouco tempo, que enjoa.
se alguém me proporciona esse "fluxo" eu faço questão de ir até onde for possível... mas o foda é que isso depende muito de mim e desse meu barquinho capenga navegador de fluxos de amizades...
e rapha... tu ganha de mim nas comparações exdruxulas... adooooro, por mais que tu tenha que ter explicado isso no msn.
Bah tchê... façam o que quiserem mesmo... eu só dou a MINHA opinião. Não é de toda a verdade que manter certas pessoas por perto pro resto da vida seja bom... deve ser traumatizanre em alguns casos... sei lá! "eu e meu ex marido somos melhores amigos." bah, soa estranho... mas: " é que eu descobri que sou lesbica e ele me deu todo o apoio."
aaaaaaaaaaaaaaaaahh.. ai vai...
né? né?
tudo depende do contexto!
bom fim de semana a todos os 3 leitores que clicam a toda hora aqui pra parecer que tem gente aqui... haha... capaz
:*
(eu vivo falando isso "bah tchê" =P) como assiiiim? eu exclui meu comentário! muito prolixo (consigo entender e sentir, mas n consigo traduzir "pro papel" arrrg)! =B
sim, claro... concordo, tudo depende do contexto...
"bom fim de semana a todos os 3 leitores que clicam a toda hora aqui pra parecer que tem gente aqui..." HAHAHA eu ri
beijo
beijo neguinha
:*
é incrível a minha identificação com o que tu escreveu no teu post... talvez tu tennas mais do que meros 3 leitores...
todos somos suscetíveis ás mesmas experiências after all... n tem muito o que dizer.
e aaah, eu fico tri feliz - e sem jeito - de saber que tem mais um ou outro entrando aqui, que não por acidente.
brigada miss.
:*
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