terça-feira, setembro 30, 2008

Pensamentos aleatórios.

Os dias me parecem menores. Talves tenha sido precipitado de minha parte pensar que a rotina de um desocupado seria mais conveniente que a de um trabalhador, mas me sinto livre e isto é argumento o suficiente para me manter firme nas minhas escolhas.
Não é pretexto para uma vida inconseqüente, isto é o que tentam por na cabeça de todo mundo. Quem não se mata estudando para passar em vestibular, cursar faculdade, achar um emprego para finalmente poder trabalhar, casar-se, constituir família para que seus filhos um dia possam ter um trabalho e terem seus próprios filhos para que talvez aspirem os passos do avô, não são dignos de orgulho. Isto me parece tão indigno de orgulho quanto equacionar a psique humana. É uma maneira de tolhir o potêncial expansivo do ser humano à uma gama infinitamente menor de possibilidades e força-la a se submeter ao estresse da monótona rotina comum a quase todos os seres humanos, que passaram a ver o tempo como um equivalente monetário.
Acho que o bonito da vida foi esquecido pela maioria das pessoas... talvez por isso já não se veêm mais tantas árvores nas cidades.
Tudo está preso à burocrática hierarquia social do sistema. Ninguém pode ser bem sucedido se não tiver completado todos os passos para uma vida 'incorruptível'...
É por isso que eu respeito tanto as pessoas que se deram bem fora destes parametros.

Eu sinceramente não vejo mal em poder acordar de manhã e poder passar alguns minutos a mais de carinhos com o namorado/a; ir ao parque no final de semana e aproveitar o sol por uma horinha antes de começar a fazer aquele projeto chato para apresentar na segunda feira; sair de carro com os amigos, depois de um dia estressante, com todas as janelas abertas só pra poder falar mais alto; ir para o trabalho com a camiseta velha que você usa como pijama porque acordou tarde e rir de si mesmo; ir de onibus para a faculdade e mesmo assim se sentir livre, pois é o que se gostaria de fazer naquele momento. Não vejo mal em poder viver um pouco enquanto se sobrevive... mas dar-se o luxo de mudar de vida de uma hora pra outra quando a que se vive não traz mais prazer, acaba sendo uma alternativa improvável devido o medo enfiado na cabeça, então preferimos não arriscar por medo e decidimos continuar seguindo a correnteza, seguros, infelizes e nem sempre garantidos. Mas se fores demitido... estufe o peito e pense consigo mesmo que em sua frente esta uma chance única de mudar que poucos têm, e não um abismo.

Viver é uma arte, sobreviver, qualquer animal com instintos faz.

E agora com licença, vou sujar minhas mãos e minha velha calça de abrigo de tinta e deixar aquela louça suja para mais tarde... que prazer.

Um comentário:

Martini disse...

Em uma conversa com um amigo, ele me passou este trecho abaixo. Triste...

“O mundo é como um passeio de montanha russa num parque de diversões. E quando você escolhe entrar nele, você acha que é real... porque nossas mentes são poderosas.
E o passeio sobe, desce e dá voltas. Tem emoções e calafrios, é muito colorido e alto, brilhante e divertido... por algum tempo.
Algumas pessoas estão no passeio há muito tempo... e começam a questionar: ‘Isso é real, ou é apenas um passeio?’ Outras pessoas ao se lembrarem, voltam-se a nós e dizem: ‘Ei, não se preocupe, não tenha medo, isto é apenas um passeio…’.
E nós matamos essas pessoas.
‘Ha ha, calem a boca dele! Temos muito investido nesse passeio! Calem esse maldito! Olhe minhas rugas de preocupação! Olhe minha conta bancária recheada e minha família... isso tem que ser real!’
É apenas um passeio... mas nós sempre matamos essas pessoas que nos tentam dizer isso. Você já percebeu?
Deixamos os demônios à solta! Mas não importa, porque é apenas um passeio... e nós podemos muda-lo quando quisermos.
É apenas uma escolha. Sem esforço, sem trabalho, sem poupança e sem dinheiro. Uma escolha, agora mesmo... entre o medo, e o amor.”
Bill Melvin Hicks