terça-feira, abril 14, 2009

The nest

Eu tive um fim de semana delicioso respirando terra e vendo Amury Jr. na TV, engordando não tão saudavelmente com todo o tipo de coisas que uma vovó dedicada e prestativa poderia oferecer a uma netinha talvez magra demais, dona fofa ronronando nos meus pés, tias, fofocas, ulbra e biomedicina, psicoses com o celular, vendo plantação a bordo da 'camionete mãe', abrindo e fechando cerca de arame farpado, fenergan sem parcimônia, comendo tainha recém pescada e se engasgando com espinho, ouvindo histórias na hora do café, a unha do vô extirpada por uma peça de colheitadeira que ele mostrava quase que com orgulho (daí que eu tirei o "grosso way if life" de ser), aquele papagaio burro... tanta coisa que eu confesso ter acordado na manhã de Páscoa e ter me esquecido de desejar felicidades para quem quer que fosse... Ai ai. E hoje me ligam lamentando meu esquecimento... poxa! Quem merece feliz pascoa é o menino Jesus, e se essa data existe é porque a igreja católica estipulou, pois o calendário gregoriano usado hoje em dia, mesmo baseado no dos romanos na época do Tio César, só foi concebido mais de 1500 anos depois de Cristo. Logo eu não vejo porque ser tão ortodoxo... até porque nem somos católicos... Acho que pra ligar e desejar um ótimo dia se faz quando da na telha, quando realmente se quer desejar felicidades e não por ter chegado uma data que, além de ser católica já está mais distorcida que jornal de TV aberta. Coelhinhos aos pés de Jesus ressuscitado que oferta ovos recheados aos seus discípulos. Ai a gente conversava.

Como se isso não bastasse ainda volto a me estressar com assuntos que cansaram, exauriram e já deram tudo o que tinham que dar de mim. Não culpo meus pais por se preocuparem, mas os culpo por ser com as coisas erradas, e fazerem isso de propósito para chegar sempre no mesmo ponto: ELE! Sim, meu boyfriend, meu amigo, meu suporte para sanidade mental. Isso é pra matar o santo... tira totalmente a vontade de seguir em frente com as mesmas explicações. A dona Vivi tem que aprender a confiar no potêncial da filha que, apesar de ser uma mulher extremamente apaixonada SIM, tem potencial, e ela pode e está conciliando tudo isso. O que eu não consigo é conciliar essa cobrança exagerada e essa paranóia constante em relação a segurança... são pais sim... mas deixa o passarinho viver, se não o dia que tirarem ele da gaiola não vai sobreviver sozinho sem alguém sempre o alimentando. É a velha história do desprendimento de casa que dói tanto nos pais como nos filhos mas que precisa acontecer... aos p o u c o s. Não cobrando explicações de cada passo que se dá, porque, in the end, viver e errar faz parte da vida e eu tenho convicção de que meus pais me educaram o suficiente para poder encarar os problemas básicos da juventude, o que falta é eles acreditarem um pouco nessa educação que eles deram.

Não tenho mais o que acrescentar. É tudo questão de tempo e acho ridículo chegar ao ponto de se contradizer pra poder tocar sempre na mesma história. As coisas funcionam através de incentivo e não cobrança... é da natureza humana funcionar melhor assim e eu não sou exceção à regra. Amo meus fellows, meus papais, meus vovós, mas poxa... vai chegar o dia em que eu vou estar no lugar deles e não é vivendo de amparo que vou conseguir à independência necessária para isso, nem eu nem ninguém.

So long, fare well, au revoir, auf wiedersehen.

Um comentário:

Renato Alt disse...

Lembrou-me "Too Much Love Will Kill You":

"(...)I guess that no one ever told the truth to me... about growing up and what a struggle it would be(...)"

Muito bom ler um texto impregnado de sinceridade, nesta época em que todos fingem ser outra coisa, fingem estar em outro lugar, fingem querer o que se espera que queiram.

Enfim...

:)