quarta-feira, janeiro 04, 2012

Limite Branco

Comprei outro livro dele, superando todas as expectativas de quem por natureza abomina o que é vulgar. Comprei. Pois no final tudo é consequência de um ciclo irreparável, onde coisas e pessoas crescem desniveladas e ao mesmo tempo, cada uma no seu, enquanto as pontas curtas tentam alcançar as mais longas, lançadas ao desespero de quem procura compreender qualquer coisa dentro de si que fuja o banal. Então dei uma segunda chance pra ele, que eu sei entender tão bem e nem sequer sonha com isso. Aproveitei a insônia e o agarrei.
Uma hora depois o mundo já tamborilava seus sons por trás da janela, e aqui dentro não custaram duas páginas pra que nossa relação fosse resgatada nas expressões e manias familiares. Confesso que dos outros nada me importa, aqui ele é tudo que eu digo ser. E ponto.
Nada há de vulgar nisso. Afinal, da intimidade de cada um que se faz a arte.

3 comentários:

Café e Tédio disse...

Caio? Caio é sempre Caio por mais que tenha caído (com perdão ao pobre-quase-trocadilho) no gosto da galera... e ele sempre consegue preencher um vazio que às vezes nem a gente sabe que existia.

Melissa Resch disse...

"Hoje pensei sério: se me perguntassem o que mais desejo na vida, não saberia responder.
Quero tudo. Mas esse "tudo" é tão grande, tão vago, que me sinto estonteado.
É preciso ir limitando meu sonho, apagando as linhas supérfluas, corrigindo as arestas, até restar somente o centro, o âmago, a essência.
Mas qual será esse centro, meu Deus, que não encontro?"

Martini disse...

oh gosh! não precisa colocar mais frases dele aqui tchÊ!