segunda-feira, março 24, 2014

A corrompida cultura das primaveras e o peso dos 26 anos


Ontem resolvi de ultima hora acompanhar minha irmã em um de seus cortejos noturnos. Tudo porque eu achava que, como todos os anos, deveria fazer algo no meu aniversário. Com esta ideia introjetada em minha cabecinha de porongo, e com minha razão fazendo vista grossa para o rigor de minhas decisões, fomos direto à cervejaria Rio Pretana assistir o show do 'Centro da Terra' e depois dar um pulo no Two Tones, receber parabéns de pessoas com as quais não tenho intimidade nenhuma e ser obrigada a sorrir na medida do possível. Pra tornar a noite mais agitada, partimos para a casa Kenty, beber e fingir emoções inexistentes, num ato desesperado em busca de sentido dentro de alguma pessoa ou algum evento. Mas nada. Foi previsível and painfully humiliating. Quando voltei pra casa, senti o corpo morrer um pouco. Uma angustia tomou conta de mim de forma que nem a hora de baixo do chuveiro me fez sentir melhor... pensava apenas no amanha e nas ligações que eu teria de evitar (e felizmente não existiram). Fora a família que já não faz mais muita questão de tentar me agradar, apenas meu querido e único amigo lembrou deste dia, sem ajuda de lembretes dados automaticamente, com as palavras certas, deixando claro que realmente me conhece e merece o posto de confiança que possuí.
Agora que o dia finalmente acabou, senti-me inspirada a vir aqui e dizer que estou cansada de tentar me adaptar à certos hábitos culturais que banalizam nossas vidas e reduzem nossas experiências à constantes expectativas vazias e padronização de comportamento, sem a mínima necessidade de questionamento "whatsoever". Poxa... Aniversários são momentos extremamente tensos e movimentados em nosso plano astral. São épocas de transição, que deveriam ser reservadas para retiro mental/espiritual em busca de auto conhecimento. O dia do aniversário deveria ser um dia onde uma pessoa pudesse se guardar para si, repor energias, restabelecer  paz e conquistar sabedoria para mais um ciclo de realizações em sua vida.
Quando é que aniversários se tornaram esta busca desesperada por reconhecimento alheio, uma justificativa para exageros e comportamentos fora do normal? Quem merece reconhecimento no dia do nosso aniversário, mais do que ninguém, são os nossos pais, ou tutores, ou qualquer pessoa que dedicou parte de sua vida a nos criar! E presentes? Que sejam edificantes e estejam relacionados a esta ideia de transição e crescimento íntimo.

Para os aniversários por vir, desejem-me força e sabedoria, e livros, se possível for, muitos livros.

2 comentários:

Anônimo disse...

Quando li o que tu escreveu sobre o dia do aniversário, concordei plenamente. Sempre odiei festas e que cantassem parabéns pra mim.
E também acho que deveria ser um dia onde pudéssemos estar mais com nós mesmos acima de tudo.

Martini disse...

exactly...