quinta-feira, março 19, 2009

A maravilha que somos nós.


Há mais ou menos seis anos atrás, ainda na Alemanha, fui introduzida por um professor (sem trocadalhos) ao conhecimento do fascinante trabalho do inovador anatomista: Gunther von Hagens. Para quem não sabe, este irreverente senhor de chapéu na foto acima (o vestido) foi inventor do conhecido método de preservação de tecidos biológicos por meio de um processo que consiste na extração de líquidos corporais, através de métodos químicos envolvendo acetona (dimetilcetona CH3(CO)CH3 - eh! ainda me acuerdo :D), que são posteriormente substituídos por silicone e resina epóxi (aquela que endurece quando misturada a um agente catalizador, usada em alguns trequinhos de computadores, pranchas de surf e latas de alumínio). Esse método foi patenteado pelo cara em 1978, chamado de plastinação. O mais legal são as posições e situações em que ele "plastina" os corpos, que acabam dando ao seu trabalho uma conotação artística, apesar de não ser sua intenção, segundo o próprio.
Bom. Ver fotos de corpos minuciosamente dissecados, mutilados, com seus respectivos órgãos ou até a própria cabeça em mãos, jogando cartas, dançando e andando a cavalo como se aquilo fosse ordináriamente rumo natural da vida, foi o suficiente para me tornar fã deste notável médico!

No ínicio do mês, soube que haveria uma exposição de outro anatomista que trabalha com o mesmo processo de preservação... aqui em PORTO ALEGRE!!! E eu babona, fui logo procurar na internet informações precisas para poder aproveitar essa oportunidade especial o quanto antes e arrastar o meu magrelo junto, é claro. Afinal, nada mais romântico que entranhas e corpos expondo sua mais profunda nudez. Mas aconteceu que eu quis fazer surpresa e acabamos não indo... ai, né. Mania de esconder as coisas e ficar de cara.
Well, sem mais digressões. A exposição: Corpo Humano Real e Fascinante, conta com a coleção de mais de 220 órgãos humanos e 20 corpos inteiros, trabalhos do americano Roy Glover (ao lado de seu parceiro na foto abaixo), que, apesar de usar o mesmo processo de dissecação que seu pioneiro, a linha é diferente, e está vonltada estritamente a fins didáticos, como ele responde ao ser comparado.
Apesar de eu ter um caso de amor pelo trabalho do Hagens, eu NUNCA perderia a oportunidade de ver esta incrível e respeitosa exposição que já percorreu mais de 30 países e que se tornou tão polêmica quanto, mostrando em sua mais crua forma, a magnificência do corpo humano.

Um comentário:

Anjuh disse...

Atraente...
Um temperamento como seu é algo mais que tempestuoso e colérico,é algo que fascina...

:]