quarta-feira, junho 30, 2010

antipsicótico

A minha raiva reside na incapacidade de me render. Por não me render eu ataco, massacro e enfio o dedo na ferida até sangrar. Eu sou má... não sei conviver com quem me fez mal, sem compartilhar da mesma dor. Sou terrível. E céus... mesmo assim ele veio. Segurou minha cabeça e me olhou firme e clínico sobre a cama. Foi atípico. Depois de tanto tempo, sentir aquela língua fria, lambendo-me furtivamente, da base da espinha até atingir o crânio... medo. Enquanto meus olhos brilhavam admirados, por dentro eu senti medo. Perdi as rédeas e temi a própria impotência, pois só eu sei como dói pensar na possibilidade de me separar dele, de viver sem ele estar ciente disso. Eu perco o meu chão e todas as minhas faculdades mentais se um dia ele for capaz de amar longe de mim, se eu ver a namoradinha bonitinha dele postando foto dos dois na internet, chamando ele de “tetéu”; se ele passar correndo atrás do Sasha, que não é meu, pela Redenção; se ele estiver de sobrancelhas e chapinha bem feitas e não ter sido eu quem as fiz; se eu sentir plenitude no rosto dele sem dar oi pra mim. Não... Por mais que eu tente me iludir, minha palavra nunca é a final.

Ele ainda me é vital , como um irmão siamês compartilhando a mesma artéria carótida...é intrínseco, genético e imutável.

Até o gato sabe disso.

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